No texto de Atos 27, Lucas nos conta a história da viagem de Paulo à Roma. Paulo estava indo à Roma para estar perante César, pois tinha sido acusado de charlatão contra o Império. Durante a viagem, navegando vagarosamente por muitos dias, passa por uma grande tempestade. Nesta passagem, podemos aprender alguns princípios sobre como atravessar uma tempestade e sair vivo dela.
Como podemos EVITAR as tempestades? Algumas tempestades são inevitáveis e algumas delas nós mesmos entramos por meio de nossas ATITUDES e ESCOLHAS. No verso dez, Paulo alertava aos tripulantes que a tempestade ia ser perigosa e no verso 21, novamente alertava aos tripulantes que seria melhor que tivessem evitado a tempestade.
No navio haviam duas opiniões distintas, a de um servo de Deus (o Apóstolo Paulo) e a dos ímpios (o piloto e o dono do navio). Tudo na nossa vida é conseqüência de nossas ESCOLHAS. Há algumas tempestades inevitáveis, como a tempestade do vale da sombra da morte: Essa é uma tempestade que todos um dia passaremos; mas, outras tempestades podem ser evitadas se seguirmos o BOM conselho.
Há alguns CUIDADOS que devemos ter ao enfrentar tempestades:
(a) No verso doze, aprendemos que devemos tomar muito CUIDADO com a opinião da maioria, às vezes podemos nos dar mal com ela. Aqui no texto, a maioria tinha decido que era melhor continuar navegando desprezando o conselho de Paulo;
(b) No verso treze, aprendemos que devemos tomar muito CUIDADO com o laço do inimigo. Normalmente ele pinta de um jeito fazendo agente pensar que as condições a nossa volta são favoráveis. Conforme lemos: “O vento começava a soprar suavemente”. Mas no verso catorze lemos: “ENTRETANTO não muito tempo depois se desencadeou um TUFÃO de vento”. Muitas vezes achamos que estamos no controle da situação, que a nossa escolha foi a correta, mas de repente um tufão sobrevém sobre a nossa vida. No texto de Atos, esse tufão fora chamado de Euro-Aquilão, trazendo para nossas vidas ele pode ser chamado de: Crise financeira, crise conjugal, crise familiar, etc.
No verso 15 lemos que o navio não podia resistir ao vento. Quando a tempestade vem, ela vem com violência. O inimigo não é justo, ele vem para destruir, causar danos em nossa vida. No verso 18, Lucas ainda enfatiza que os tripulantes foram SEVERAMENTE castigados pelo inimigo. Nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades, dominadores das trevas que vem com “tempestades” para nos destruir. Mas como é bom saber que mesmo em meio às nossas escolhas erradas, Deus nos trata com misericórdia. Ele não nos trata segundo a nossa ignorância mas sim, nos olha com misericórdia.
No texto lemos no verso dezoito que os tripulantes começaram, em meio à tempestade, a serem pró-ativos, aliviando o navio. Pararam de deixar a vida os levar e começaram a aliviar a carga que eles tinham a bordo. Assim também precisamos fazer, em meio às tempestades precisamos jogar algumas coisas que Deus espera que nos desfaçamos. Essas coisas podem ser o nosso temperamento, comportamento, atitudes e tantas outras; nós precisamos melhorar a cada dia um pouco mais.
No verso vinte, lemos que não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos dias, TODA esperança dos tripulantes tinha ido embora. É difícil quando estamos fazendo as coisas certas e não vemos nem sequer o sol brilhar. Em dias assim, temos a tendência de ficarmos desanimados, desesperados e perder a esperança, pois a tempestade continua densa. Nesta hora é que Paulo se levanta e começa a “levantar algumas âncoras” em meio à tempestade.
1ª. Âncora - ÂNCORA DO BOM ÂNIMO – Devemos sempre acreditar que o amanhã sempre será melhor. Assim como Jó, precisamos crer que o nosso Redentor vive e que no final se levantará do pó. Deus nos criou para dar certo. Somos nós mesmo que muitas vezes, por meio do pecado, arrumamos confusão e destruição. Precisamos ter sempre bom ânimo para vencer cada tempestade na nossa vida. Deus nos visita em meio às tempestades, Ele é especialista nisto e nos dá uma palavra de ânimo.
2ª. Âncora – ÂNCORA DA CORAGEM – Não precisamos desanimar, pois Deus está a frente da situação.
3ª. Âncora – ÂNCORA DA CONFIANÇA – No verso vinte e cinco, Paulo diz que cria em Deus. Confiança é nos lançarmos nos braços do Pai sabendo que mesmo quando o vento sopra contrário e as ondas são maiores, Ele vai nos levar a um lugar seguro.
4ª. Âncora – ÂNCORA DA PROMESSA – No verso vinte e cinco, Paulo diz que as coisas aconteceriam do modo com Deus tinha dito. Somos frutos de uma promessa, não há adversidade para nos destruir. Somos frutos de uma promessa a se cumprir em nossas vidas. “Deus não é homem para mentir e nem filho de homem para não fazer cumprir Suas promessas para nossas vidas”.
Hoje Deus nos dá uma palavra que diz: “Tenha bom ânimo e tenha coragem”. Devemos ser corajosos e irmos contra o inimigo nos braços do Senhor.
(Esboço do sermão pregado dia 15/04/2008, terça-feira, pelo Pr. Flavio Valvassoura na Igreja do Nazareno Central de Campinas, anotado por Lucas Tognolo)
(Fávio R. Valvassoura é pastor da Igreja do Nazareno Central de Campinas, formado pelo Seminário Teológico Nazareno e também pelo Beeson Institute do Asbury Theological Seminary, EUA, com especialização em Pregação Bíblica e Liderança Eclesiástica, é coordenador nacional e sul-americano de treinamento e capacitação de líderes. Membro da Junta Geral. Doutor em Ministério pelo Asbury Theological Seminary, Wilmore, KY,EUA. Desenvolveu ministério como pastor na Igreja do Nazareno Ebenézer – Campinas, SP e na Igreja do Nazareno Brasileira – Nova York, EUA. Atua na equipe pastoral da Igreja do Nazareno Central desde 2005.)