Texto Base: Atos 12:1,10
Nos últimos dias o departamento de Missões Mundiais da Igreja tem recebido notícias terríveis que a igreja evangélica tem enfrentado em outros países, principalmente na Índia, onde pastores têm sido queimados e mortos por proclamarem o Evangelho do Senhor Jesus. Essa é a dura realidade enfrentada pela igreja ao redor do mundo. Temos visto também uma perseguição não só fora do país, mas dentro dele também, através de algumas leis que tramitam no Congresso Nacional. O Senhor Jesus já nos disse que estes seriam alguns dos sinais de que está muito próxima a volta Dele. Em Apocalipse 12, lemos que pouco tempo resta para que o diabo seja preso e nós possamos contemplar o Senhor Jesus voltando nas nuvens com poder e glória; temos um alto preço a pagar por levantar o estandarte da fé e proclamar o Evangelho da Salvação.
Em Atos 4, Pedro já havia sido preso por causa da cura de um coxo e por anunciar o nome do Senhor Jesus, e quando solto, anuncia que o impulso da igreja deve ser este: Anunciar tudo aquilo que temos visto e ouvido. Ao vermos tudo que Deus tem feito e fará por nós, não poderemos nos conter em contar as boas novas a todos os povos, raça, tribos e nações.
Ao longo de toda a história da humanidade vemos que Satanás tem levantado homens para conter o avanço da Igreja e, segundo Atos 12:1, tem o único objetivo - maltratar àqueles que anunciam a Cristo. O nosso adversário usa religiões, pessoas, governantes e todos os meios necessários para maltratar o povo de Deus. Em Atos 12:2, Tiago é morto a fio da espada, decapitado para alegria de alguns. Em seguida, Pedro é levado ao cárcere a fim de que muitos pudessem se alegrar.
Neste momento, vemos como Deus interfere em favor do Seu povo. Ele entra com provisão e livramento quando o povo Dele é sufocado e oprimido. A primeira coisa que precisamos entender é que Deus sempre ouve o clamor do povo em meio ao sofrimento deste. Deus recolhe nossas lágrimas – Todas, Ele as vê e prepara um tempo oportuno para que as transforme em alegria. O avivamento do Senhor sempre foi precedido pelo martírio e sofrimento do povo.
Herodes ao mandar prender Pedro, monta todo um sistema de escolta armada ao redor deste a fim de que pudesse detê-lo e ter a certeza de que o Evangelho não mais seria anunciado. Pedro, apóstolo que em uma tarde anuncia a Cristo para uma multidão e três mil se arrependem de seus pecados, estava sendo levado para a prisão. Toda vez que o inimigo das nossas almas tentar nos prender, devemos nos alegrar, pois é um sinal de que estamos incomodando o príncipe das trevas por anunciar o ano aceitável do Senhor!
Em meio a tudo isso – morte de Tiago, prisão de Pedro e tantas perseguições enfrentadas pela igreja – o povo dobrava seus joelhos e orava, pois sabiam que maior era aquele que estava com eles do que aquele que estava no mundo. Quando começamos a orar, nada e nem ninguém poderá impedir a ação de Deus em nós. Davi mesmo nos escreve “Muitos são os meus adversários, mas Tu Senhor é o meu Escudo.” O povo de Deus orava incessantemente em favor de Pedro – nunca precisamos orar tanto como nos dias de hoje para que a bandeira do Evangelho seja erguida, pessoas sejam impactadas e o nome de Deus seja engrandecido! A nossa oração muda a direção de Satanás para destruir, condenar e matar, pois ela move montanhas; ela move o sobrenatural de Deus quando O buscamos, como está escrito: “Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, eu ouvirei dos céus (...)”. O anjo do Senhor foi enviado dos céus, mas foi pela oração que ocorreu o sobrenatural.
A primeira coisa que Deus nos faz quando O buscamos é trazer luz em meio a nossa situação de trevas. Pedro mesmo nos escreve em I Pedro 5:7 – “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. Pedro, quando ainda na prisão, estava tão tranqüilo, como o salmista descreve – nos Salmos 3:5 – “Eu me deitei e dormi; acordei, porque o SENHOR me sustentou” – que quando o anjo do Senhor foi visitá-lo na prisão, ele tem que acordá-lo dizendo: “Levanta-te depressa”. Então, as cadeias caem e Pedro está livre. Enquanto dormimos (Em paz nos deitamos), Deus nos envia um anjo para nos despertar e as cadeias que nos prendem são então, soltas. Quando Deus entra com o livramento, Ele o faz de maneira a envergonhar o inferno.
É importante observar que o anjo acompanhou Pedro até certo ponto apenas, quando Pedro saiu da situação de perigo e opressão, o anjo o deixou. Pedro, olhando para os lados, se viu sozinho. Deus nos ajuda quando não podemos agir, e depois, Ele nos deixa por conta própria para pensarmos e agirmos. Note bem em Atos 12:12, que Pedro decidiu ir a casa de Maria, mãe de João, onde muitos estavam orando. O primeiro lugar que devemos ir após Deus nos dar o livramento é no meio do povo Dele para agradecê-Lo – o livramento só aconteceu porque dos céus Deus ouviu um povo orando! Em Atos 12:15, quando Pedro chega na casa de Maria, o povo duvidou que quem batia na porta era realmente ele, tanto era o alvoroço em ver o livramento de Deus, mas Pedro pediu que o povo silenciasse e contou a eles tudo o que lhe tinha acontecido.
No final da história, Herodes achava que ainda estava no controle de tudo, porém, Deus havia invertido o papel das coisas e Herodes tinha caído, pois desagradou o coração de Deus. Entretanto, a Palavra crescia e se multiplicava, como lemos em Atos 12:24. Precisamos nos lembrar, mesmo em meio as perseguições que o inimigo possa nos fazer, de clamar a Deus, O buscar incessantemente e crer que Ele nos ouvirá e dará o livramento, a fim de que a Sua palavra cresça e Evangelho seja pregado. Deus abençoe a todos.
(Montagem feita a partir do sermão pregado dia 14/09/2008, domingo-noite, na Igreja do Nazareno Central de Campinas, pelo Pr. Flávio Valvassoura, anotado por Lucas Tognolo)
(Fávio R. Valvassoura é pastor da Igreja do Nazareno Central de Campinas, formado pelo Seminário Teológico Nazareno e também pelo Beeson Institute do Asbury Theological Seminary, EUA, com especialização em Pregação Bíblica e Liderança Eclesiástica, é coordenador nacional e sul-americano de treinamento e capacitação de líderes. Membro da Junta Geral. Doutor em Ministério pelo Asbury Theological Seminary, Wilmore, KY,EUA. Desenvolveu ministério como pastor na Igreja do Nazareno Ebenézer – Campinas, SP e na Igreja do Nazareno Brasileira – Nova York, EUA. Atua na equipe pastoral da Igreja do Nazareno Central desde 2005.)