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segunda-feira, 21 de julho de 2008

Via Dolororsa!


Muitas vezes nos sentimos desestimulados para continuar algo que no passado foi um grande sonho em nossa vida. Esta desmotivação pode ocorrer tanto na área profissional, quanto na dimensão dos nossos relacionamentos. É como se uma lamentável certeza nos incomodasse a cada dia, confirmando-nos o fim de um “projeto de vida”. A partir de então, qualquer lágrima é muito pranto; qualquer dor é muito sofrimento; qualquer motivo é razão de sobra; qualquer tempo é uma eternidade.

A pressão psicológica associada à ausência de esperança, contribui para que as dúvidas se transformem em angustiante verdade; as tristezas em desencanto; por fim, contribuem para que desestímulo seja sinônimo de abandono total.

Esse tipo de experiência é uma espécie de “calvário” interior, onde, o que mais dói não é tanto o peso da cruz, mas a certeza da crucificação. Ainda pior é olhar por perto e não contar com nenhum “Sirineu” – o caminho do Gólgota é sempre muito solitário. A desmotivação nos conduz ao sacrifício dos sonhos, e à prostração da alma.

Contudo, me parece que a vida é assim mesmo: uma luta constante contra forças contrárias a tudo que chamamos de felicidade. Se felicidade é saúde, lutamos contra as doenças; se é um estado de paz lutamos contra as adversidades; se é uma família unida, lutamos contra o desenlace; se é ter alguém ao nosso lado, lutamos contra a solidão; se for ter o mínimo de qualquer coisa, lutamos para não perder coisa alguma.

Entendendo que a vida nos convida a uma luta constante para superarmos as forças contrárias às nossas realizações; tanto afetivas como profissionais, tanto familiares quanto sociais, só nos resta uma saída: a não desistência. Precisamos lutar um pouco mais.

Todas as forças que se levantam contra nós, visíveis e invisíveis, terão que ser vencidas por outras bem mais fortes, e que já se encontram dentro de nós, como fruto da presença de Deus em nosso interior. “Se Deus é por nós, quem será contra nós”.

Por isso, precisaremos sempre de um pouco mais. Um pouco mais de fé, quando tudo parecer perdido. Um pouco mais de ânimo, quando o desânimo quiser nos dominar. Um pouco mais de esperança, quando a noite ficar muito escura. Um pouco mais de alegria, quando a tristeza bater à porta. Finalmente, um pouco mais de Deus, porque Deus nunca é demais. Ele jamais falha, principalmente quando ao nosso redor tudo parecer perdido e nos sentirmos solitários em nossa “Via Dolorosa”.

Deus não é apenas o “Sirineu” que divide conosco o peso da cruz; nem tão pouco é o “Arimatéia”que empresta o túmulo. Ele é o poder que nos faz ressuscitar. Deus é tudo o que imaginamos de bom e ainda, um pouco mais!...

Apesar de todos os obstáculos que tentam atropelar nossa caminhada rumo à vitória, o que precisamos fazer é lutar um pouco mais para atravessarmos a nossa “Via Dolorosa”!

(Texto extraído do portal http://www.pibjp.com.br, edição de 14/07/2008, escrito pelo Pr.Estevam Fernandes)
(Estevam Fernandes de Oliveira é Pastor da Primeira Igreja Batista de João Pessoa, PB, psicológo clínico e terapeuta familiar, conferecista nas áreas de família e liderança, mestre e doutorando em ciências socias)